quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Danças Paraenses - Carimbó e Siriá



O Carimbó é uma dança brasileira criada pelos escravos da região nordeste do
Pará, sobretudo na ilha de Marajó, no século XII. Apesar da sua origem afro-brasileira, leva o nome de origem tupi:
 Korimbó (pau que produz som), junção de curi (pau oco) e m'bó (furado, cavado). Esse é o mesmo nome do tambor de tronco de madeira e pele de animal em que o ritmo é tocado para que os casais dancem.
Com o passar do tempo o Carimbó sofreu influências de outras manifestações culturais carregando traços da cultura negra, indígena e ibérica. O ritmo e a dança do carimbó e atravessaram as fronteiras da ilha de Marajó ganhando todo o estado do Pará, sendo hoje considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Nessa dança praiana, homens e mulheres dançam descalços. Eles batem palmas ritmadas e se aproximam das mulheres convidando-as para dançar. As mulheres trajam saias grandes, coloridas e com muita roda. Elas usam assessórios como colares e pulseiras de sementes, enfeites de flores nos cabelos. Os homens usam calças simples, em geral brancas, com as bainhas dobradas, lembrando os negros que catavam caranguejos nos manguezais. 
Os dançarinos formam círculos. Giram em torno do próprio corpo. Os homens cortejando as mulheres que dançam com sensualidade, ambos marcando o ritmo acentuado com os pés (puxando com um pé na frente), o que lembra a influência indígena da dança.

A dança do Siriá expressa gratidão de índios e escravos africanos por um milagre, que foi a aparição de uma grande quantidade de siris fáceis de apanhar que surgiram na praia e lhes serviram de alimento depois de um dia exaustivo de trabalho. Como forma de agradecimento os foi criada a dança com o nome de SIRIÁ que narra o acontecimento ao som de uma variação dos batuques africanos. O Siriá começa com o ritmo lento que se torna frenético logo em seguida. A coreografia acompanha a evolução do ritmo e durante o refrão os casais fazem volteios com os corpos curvados para o lado esquerdo e para o lado direito.

Apresentação do Carimbó - Siriá no "Forrozando com você" em Pirapora, 2011
Apresentação do Carimbó - Siriá no "Forrozando com você" em Pirapora, 2011
Carimbó - Siriá no "Forrozando com você", 2011
Carimbó dançado na festa junina de Pirapora, Forrozando com Você, 2011
Carimbó - Siriá, 2011


Show do Zabelê durante o "10ºFestival Internacional do Folclore de Minas Gerais", em Pirapora, 2012.
Carimbó, no "10º Festival Internacional do Folclore de Minas Gerais", 2012



 Durante a dança do Carimbó os dançantes se divertem com a realização de um desafio lançado pelas damas aos seus pares. O desafio acontece durante a dança do peru que faz parte do carimbó: forma-se um círculo e cada moça joga ao centro um lenço que os dançarinos devem tentar pegar somente com a boca, colocando as mãos para trás do tronco e sem flexionar os joelhos. Cada rapaz que não consegue cumprir o desafio sai envergonhado enquanto a moça continua dançando sozinha ao centro da roda. Aquele que apanha o lenço sem usar as mãos conquista a parceira que fez o desafio e poderá dançar com ela por toda a noite. 


























Carimbó - Siriá no Vapor Benjamim Guimarães, 2012.
























1º Apresentação da Coreografia Carimbó - Siriá, Hotel Canoeiros, 2007.














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