O Retumbão tem sua origem
no estado do Pará, no século XVIII, quando se formaram grupos de dança para
compor a Marujada, que é um auto
dramatizado composto de música e dança.
Em Bragança (PA), no ano
de 1798, os escravos conseguiram a autorização dos senhores para organizarem a
Irmandade de São Benedito. Daí, fizeram a primeira festa, indo de casa em casa
para dançar e cantar em louvor ao santo.
A Marujada de Bragança é
caracterizada basicamente pela dança. O Retumbão
é o motivo musical principal, sendo a primeira e a mais importante dança da
marujada.
Essa irmandade da marujada
de Bragança é ímpar por ser dirigida e organizada por mulheres, ficando os
homens com os papéis de tocadores ou simples acompanhantes. A “Capitoa” é quem
dita a direção e organização do grupo, indicando a “sub-capitoa” que é quem
assume o bastão da direção após sua morte ou renúncia.
Não há na marujada qualquer
dramatização de feito marítimo. Também não há canto, a música é simplesmente
instrumental e os instrumentos utilizados são o tambor grande, tambor pequeno,
cuíca, pandeiro, rabeca, viola, cavaquinho e violino. O ritmo do Retumbão é uma variação do Lundu,
embora a dança seja completamente diferente.
O nome da dança se deve a
impressão que os portugueses tinham quando ouviam de longe a música e diziam
ter a sensação de que tudo “retumbava”.
Nas festividades em
devoção a São Benedito, a Marujada de Bragança se enfeita com chapéus de palha
cobertos de tecido branco e adornados com flores e doze fitas coloridas, cordão
de ouro e medalhas ou colares de contas, saias rodadas vermelhas ou brancas,
com faixa larga na cintura, blusas brancas de renda, todos descalços e a
“Capitoa” com um bastão dourado na mão guiando a marujada na dança ritmada que
saúda e reverencia o santo negro.
Minas Tour 2012, em Belo Horizonte |
Zabelê apresenta a coreografia do Retumbão no Minas Tour 2012 |
Fotos: Ivan Rodrigues |
Show do Zabelê no Festival Gastronômico de Pirapora, 2012 |
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